Saudades da vida
Saudades de rapaz que na nesta hora me deu
No cais era só fugir, para no Tejo nadar
Era idade de correr, brincar, era o aí vou eu!
Saltar, com arco e gancheta era logo um rolar
Rolar, qual carro de corrida que conduzia
E guinava num instante, dos amigos de então
Que foi feito deles? Artur Linhares, o Faria
Zé pingão, o tortinho, canetas e o grande tourão
De nada se fazia uma festa que muitos comungavam
Era hora do bota abaixo, vamos cambada que coisa boa
Saltemos para o carro eléctrico, é à borla não custa nada
Vamos depressa nos vai levar de Alfama à Madragoa
Eram as fugas à escola para jogar à bola ou brincar à apanhada
Assim se passavam as horas desta rapaziada generosa e boa
Vinha a fome para se comer ou muitas vezes para ser enganada
Era a juventude, naquele tempo na minha querida Lisboa
Autoria: A. Manuel de Campos