SAUDOSA BARAÚNA
Nasci na cidade de Itapetim-PE, aos três anos de idade meus pais se mdaram para a cidade de Brejinho-PE, distante de Itapetim cerca de quinze quilômetros, aos 14 anos fui estudar em Patos-PB, num colégio interno, aos 18 anos para continuar os estudos, cheguei ao Recife-PE, em 2015 vim morar no Crato=CE, com meus pais convivi poucos anos, para o sertão passava minhas férias escolares com meus pais em Brejinho. Na cidade entre as duas ruas centrais, tinha um pé de Baraúna, que abrigava os feirantes todas as sextas feiras, frondosas sombras, casais de namorados também conversavam debaixo da árvore, eu também e escrevi o nome dela no tronco da árvore, o tempo destruiu. Sem piedade o homem derrubou com o machado, a linda árvore, quase secular, para construir em seu lugar o prédio da Preifeitura. Aqui minha homenagem com essa poesia que deixo registrada na página do Recanto das Letras.
SAUDOSA BARAÚNA - João Nunes Ventura-09/2022
A árvore da minha cidade
Que se chamava baraúna,
Se era sombra da fortuna
E no seu seio a liberdade,
O feirante hoje é saudade
As belas tardes celestiais,
Seus braços seus quintais
Que o tempo não destruiu,
E suportou o calor e o frio
Belas eras dos meus pais.
Pela população o carinho
E que amor nos corações,
Nossas antigas gerações
Galhos unidos à Brejinho,
O seu tronco seu destino
Que meu nome eu gravei,
Menino e fui lá eu sonhei
Que felicidade na alegria,
E cantei a minha melodia
Pra seus braços eu voltei.
Que noite ouviu cantorias
Filhos da terra trovadores,
O desafio os seus amores
Eram os cantos de alegria,
Ao despontar um novo dia
De uma redinha comprida,
Em sua sombra estendida
Seresteiros em minha rua,
Dos lindos sorrisos da lua
Que belos sonhos de vida.
Os seus frondosos galhos
Em muitos anos existidos,
Tremularam entristecidos
Destruídos por machados,
Os ramos foram cortados
Que senti sua desventura,
E morreu a sua formosura
Não tem mais passarinho,
Que um dia fez seu ninho
E hoje chora de amargura.
A sombra a minha alegria
Hoje o canto é a saudade,
Nas lindas finais da tarde
Distante o sino Ave-Maria,
Da árvore eu me despedia
E chegou a hora do adeus,
Nenhum mal e ela nos fez
Do coração foi arrancado,
O tronco no chão deitado
Eu chorei a minha viuvez.
Linda árvore não esqueço
Mais bela à minha cidade,
Foi tombada sem piedade
Seus galhos seu adereço,
A sua raiz foi seu começo
A filha da terra mais bela,
Sua pureza uma aquarela
Sem esperança a tristeza,
Torturada chora natureza
Com saudade da vida dela.