Minha Mocidade
Tenho lembranças e saudade gostosa, de tudo que se foi e não voltam mais
Percorria as quadras, em ventos cálidos saltando riachos, adentrando quintais.
Alegria farta, sorrisos sinceros, eu rolava ao chão.
Trocava alguns tapas, quebravam chinelos, que emoção.
A garotada aloprava, um ou outro rosnava de prontidão!
A mágoa era curta e depois da luta, dávamos as mãos.
Uma sede danada, seguíamos ao bar e tomávamos um copão.
A cara lavava, não tinha frescura, não tinha sabão.
“Invadíamos” aos poucos, três quatro amigos, quando não, dois irmãos.
Chegávamos afoitos, todos quase roucos e na calçada, sentávamos ao chão.
A boca mais fresca, já não estava seca - hidratação.
Tão belo era tudo, correndo no mundo, sem supervisão.
Meu Deus que saudade, que no meu peito invade bem de supetão.
A vida era boa, com sol, chuva ou garoa, havia união.
Hoje relembro e me pego chorando, mas não foi tudo em vão.
Vivi minha vida de forma incontida, mas sem ilusão.
Moças de família sentadas na praça - um ou outro pai alerta, feito guardião.
Meninos matreiros fazendo seus planos em “rebelião”
Cada um com sua audácia fazendo planos para o coração.
Agraciado àquele que deixava a praça com sua charmosa, segurando sua mão.
Ah, que saudade da minha mocidade, dos tempos que arde... Que emoção!