O QUE VEJO

Vejo o que vejo

Com os olhos nus

Pela cegueira da minha alma

Que está cheio de pus.

Mortes causadas

Pela causa insensata das decisões

Molhadas pelo vinho tinto

Que inebria todas as nossas ações.

Homens, mulheres, crianças

Presas pela miserável vida na lixeira

Costurada ao saco plástico da sociedade

Que se torna o brasa das suas feridas.

Isso é um fato, a mais pura verdade.

Encarceradas às camas,

Estão muitos nos hospitais,

Deitados sobre as tantas dores

Que mancharam o branco lençol,

Sem saberem se amanhã

Poderão ver o nascer do sol.

Com dores de hora em hora,

Gritam gritando alto

Para que as suas dores pairem nos alto

Ao chegarem na área dos intensivos cuidados

Onde rezam para a sorte estar do seu lado.

Dor insensida

Vindas da mente doentil

Do opressivo em solidão

Pela opressão que não é subtil

Pois já roeu o mais fundo

Do seu doentil e coitado coração.

Vejo o que olho

Com os meus olhos nus,

Que finge não ver o real sofrimento

Pois o vê como surreal

Apesar de no fundo da minha mente

Se tornar o furúnculo

Que tanto me mata com calma.

KUDI
Enviado por KUDI em 05/09/2022
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