O QUE VEJO
Vejo o que vejo
Com os olhos nus
Pela cegueira da minha alma
Que está cheio de pus.
Mortes causadas
Pela causa insensata das decisões
Molhadas pelo vinho tinto
Que inebria todas as nossas ações.
Homens, mulheres, crianças
Presas pela miserável vida na lixeira
Costurada ao saco plástico da sociedade
Que se torna o brasa das suas feridas.
Isso é um fato, a mais pura verdade.
Encarceradas às camas,
Estão muitos nos hospitais,
Deitados sobre as tantas dores
Que mancharam o branco lençol,
Sem saberem se amanhã
Poderão ver o nascer do sol.
Com dores de hora em hora,
Gritam gritando alto
Para que as suas dores pairem nos alto
Ao chegarem na área dos intensivos cuidados
Onde rezam para a sorte estar do seu lado.
Dor insensida
Vindas da mente doentil
Do opressivo em solidão
Pela opressão que não é subtil
Pois já roeu o mais fundo
Do seu doentil e coitado coração.
Vejo o que olho
Com os meus olhos nus,
Que finge não ver o real sofrimento
Pois o vê como surreal
Apesar de no fundo da minha mente
Se tornar o furúnculo
Que tanto me mata com calma.