NUMA MANHÃ DE INVERNO
Naquela manhã nublada
De céu cinza e nevoento,
Vi sua imagem nas nuvens,
Te vi em meu pensamento,
E levitou-se a minh'alma,
Foi de fulgor o momento.
Era manhã de inverno
E da mais atroz friagem,
E tal no sol de deserto
Eu vi você em miragem
Em um átimo de tempo,
Pena: foi uma passagem.
Vento mor cortava frio,
Como lâmina era feito
Mas, menor que a saudade
De você, viva em meu peito,
Do seu sorriso e olhar,
Do seu tudo, do seu jeito.
No mundo das esperanças
Tenho alguma expectativa
De te ver um dia de novo,
Minha esperança é viva,
Mergulhar em seus abraços,
Lembrança sua é cativa.
Naquela manhã de inverno
Nublada tão densamente,
Me reportei ao passado
Num voejar docemente
Mergulhando num "sonhar"
Contigo, se fez presente.