PARA MARIA DE FÁTIMA
Em mil novecentos e oitenta
Meu coração pulsava
Tinha acabado de perder um emprego
Numa multinacional
Mas estava contigo
Inventando uma maneira de ser feliz
Será que daria certo?
Não deu
Nosso modo de ser feliz fracassou
Não adiantou forçar a barra
O brilho, as flores, os risos
Viraram reticências e silêncios
Que apressaram o fim
Quando eu lembro de ti
Não disfarço o nó na garganta
Nem enxugo a lágrima
Que rola no meu rosto
Sonhando com tudo que vivi
Em mil novecentos e oitenta