Menino de Porto Alegre

Sopra em mim o vento da saudade,

No sul de minha mente.

Taciturno em busca de liberdade,

Um fruto em busca da semente.

Pois quer se multiplicar,

E assim espargiria...

O denso perfume no ar,

Da minha total alquimia...

Que ferve com a nostalgia,

Dos olhares que já cruzei...

E com a intensidade de toda magia,

Do gosto dos lábios que já beijei...

Em becos e escuridão,

Onde a mão boba procurava os seios.

Num turbilhonar de paixão,

Detonando medos e anseios...

Era o alvorecer da juventude,

Na minha Porto Alegre madrigal.

Noites de minha inquietude,

O menino do bem, vestido de mal...

Porque assim me travestia,

O punk do Ocidente que vinha do Bom Fim.

Olhos azuis, que mágoas trazia,

De um filho sem pai, sem começo, sem fim...

Mas quem escreve a história?

Eu não sei, então espero a linha.

De um poeta e suas memórias,

Ou oração na forma de ladainha