NAQUELA PRAÇA
Naquela Praça,
Bem lá no alto da torre, o coração ecoa,
Os sonhos em prece que a Mãe abençoa,
Sagrados, cheio de paz, quase celestiais,
Vivas teias de imagens que não se desfaz.
E no verde ziguezague daqueles canteiros,
Onde alamedas abrem-se como passarelas,
Ainda se ouve a melodia de um seresteiro,
Luz, Cruzeiro do Sul no infinito de estrelas.
E na memória iluminada por esta obra prima,
Esculpida pelo Divino com o cinzel do tempo,
Painel na alma e nos olhos de quem imagina,
Ouvem-se as vozes vivas daqueles momentos.
E na praça, hoje, outros sonhos sobem ao Céu,
Novas vozes, novas histórias e em outras cores,
Novamente, a Santa Mãe os acolhe no azul do véu,
Obra prima que se alarga semeando outras flores.
E esse vento que açoita a minha vida e agita a janela
Do passado, traz da praça estas memórias distantes,
Este cenário de saudades, cheio daqueles instantes.
Rostos, palavras, risos e abraços que já não há nela.!!