TEMPOS AUSENTES
Ah, meus tempos que se tornaram ausentes
Da tímida infância que se foi nas águas correntes
Que levaram meus sonhos, minhas fantasias,
Quando um novo dia nascia.
Minha mente pelos vales passeia
E nos caminhos da inocência permeia;
Banho-me na cachoeira da imaginação
Por entre as nuvens numa sublime levitação.
Ah, que saudades que sinto das lindas noites
De antigamente, dos seus açoites,
Do silencioso choro de um violão
Acordando a adormecida solidão.
Ouço os acordes daquela linda canção
Que despertou o meu amante coração
Numa profana madrugada estrelada
Como o brilhante olhar da mulher amada,
Que um dia cintilou em minha vida
E se encantou sem despedida.
De repente as luzes da recordação
Se acendem como as chamas de uma ardente paixão,
Que arrebata antigos sentimentos
Que fazem lembrar meus belos momentos
Que se foram nas asas da mocidade,
Levados pela suave brisa da felicidade.