A SAUDADE QUE EU POETIZO
O amor foi meu escudo por tempos
Quando o sol brilhava no horizonte
Mas resolvi experimentar a noite
Rastejando pelos bares sufocantes.
A dose dentro do copo abocanhador
Bote armado para me predar sem dó
E você é uma saudade que eu poetizo
Em guardanapos inocentes e sombrios.
As luzes opacas da avenida sórdida
Não conseguem acariciar as feridas
Nem revelam as calçadas cansadas
Petrificada para absorver pressas.
Em mesas ao redor máscaras formidáveis
E o motivo pelo qual cada um se definha
O fim da linha fica na última esquina
Olhares aleatórios é uma gota de nada.
A caneta rabisca rotas para as lágrimas
E o verso desafia a mente alcoolizada
A lembrança de ti cimenta as estrofes
O garçom não quer o poema de gorjeta
Ele desconhece a sedução do teu sorriso!