Carta a Bruna a filha que não conheci 6
Esta carta foi escrita em 26 /02/ 2001, na ocasião do falecimento da filha de um colega de trabalho. a Fernandinha eu conheci.
Querida Bruna hoje uma menina de nome Fernanda morreu de cancer.Ela tinha seis aninhos.Eu não tenho palavras para tentar ajudar o meu amigo,posso apenas imaginar parte da sua dor. Eu NÃO CONHECI VOCÊ E MESMO ASSIM fiquei com saudades.O que tenho de você são lembranças não vividas, imaginações que tenho que partem do caso se você tivesse nascido.....Agora a dor de meu amigo também é uma dor universal, que atinge a todos. É um sofrimento tamanho que nos tira a palavra, faz com que reflitamos a nossa vida.Esta morte,qualquer uma,especialmente a de inocentes que amamos nos deixa tristes e completamente impotentes.Eu não posso dizer para que tenha força ou que ela estará bem melhor que nós,não sei o que tem do outro lado, apenas acredito, e é isto que me faz viver, ou melhor ,que nos faz viver.Acredito que não há dor maior do que perder quem a gente conhece. Imagino que em algum momento ele deve ter dito, como dizem todos os pais, que ela ficaria curada e que viveria muitos anos.Então a morte chega e arrebata de nossa
vida aquele pedacinho da gente que nos sorri e nos dá sentido a vida.Mesmo sem conhecer você ,eu sabia do seu lugar na vida e tudo o que viveria, Fernanda deixará uma tristeza muito maior do que a sua, porque ela exisiu,nasceu, cresceu, chorou, brincou ,sorriu,caiu.caminhou,cantou ,encantou,e foi para o céu voar entre os anjos.Deus sabe o que faz,creio nisto,mas como dizer para alguém que perdeu uma vida,não há palavras,só tristeza. Não há tristeza total,há a certeza de que um dia todos vamos nos encontrar, esta é a única certeza nesta vida que tenho.Um dia vamos conhecer você e a felicidade será completa. Receba a Fernanda para brincar contigo ai pelo céu,sei que deve haver outras tantas crianças por ai.Guarde meu lugar ai, um dia irei também ao céu,somos filhos de Deus , e o reino do céu é nosso.Somos todos anjos,um dia todos voltam à casa do Pai.