QUERO VOLTAR PRÁ SÃO PAULO


Quero voltar prá São Paulo
da vida tranquila de andar na rua sem medo
de passear no sossego e ver criança brincando
de amarelinha, pega pega e queimada.
Saudade do pipoqueiro, do armazem de poder
comprar na caderneta, saudade até do mocinho
de lambreta.
Da matinê de domingo, usar vestido tubinho e
ir no bailinho depois ir tomar cafezinho no
aeroporto.
Voltar prá casa cedinho roubar leite do vizinho
e comer com pão quentinho.
Na porta da escola o moço vendia machadinho
ou quebra-queixo.
No inverno usar banlon um casaquinho cor de rosa
ou limão.
Domingo ir a missa das 11 a tarde ir na matinê
ou ver jovem guarda na tv.
Toda casa tinha porão apartamento só no centro.
Onibus então parava até fora do ponto pra pegar
o cidadão.
Cigarro fumava M i n i s t e r uma vez um namorado
me deu um maço e disse:
(Minha Inesquecivel Namorada Isto Será Tua Eterna
Recordação) éra um poeta.
Taxi só quando saia de viagem para levar a estação.
Bandido só o da luz vermelha, mas tinha medo
do homem do saco.
Passear na rua augusta éra uma festa, éra um sobe
desce de fusca e corvete.
Cachorro não tinha esse montão mais vira-lata
e pastor alemão.
Não lembro de ter rua contra-mão.
No cinema filme de amor que O vento levou!
E o quarto centenário uma parada, do céu caiu
muita folhinha prateada.
Esse foi um tempo muito bom!