Casa

Casa do tempo quero chegar 

Encanto moído 

Que solta farpas pelo caminho 

Me permite caminhar 

Em atrito com os pés 

Ao chão 

Impulsionados pela leveza dos dendritos 

Assoalho que evapora na pisada

Da casa seca, 

Da casa molhada ,

Da casa florida e abençoada 

Longe posso até ficar

Mas a saudade habita o mesmo lugar

Da lembrança d' água da cacimba 

Do leite com chocolate tirado do peito da vaca

Do entardecer espiando o curral 

Sinto um aberto no peito só em lembrar 

Dos tempos dourados que enfeitaram parte da vida

Mirava o pôr do sol até o último fio amarelo 

Esperava surgir a noite com o céu estrelado

E aos poucos ia adormecendo junto ao cobertor