Noites de ausências
Não havia saída nessa noite triste.
Havia desencanto marcado por esse tempo,
espanto nesse vazio proveniente da tua ausência,
nessa noite suplicante, que anoitecia segregando.
Foi difícil sem teus grandes olhos espreitando-me,
Provocando-me estertor, nessa ausência repentina,
deixando murchas as flores nessa casa subvertida.
Nas paredes brancas desse quarto, ficaram teu retrato.
Não havia saída nessa noite, que anoitecia.
Não pude encontrar teus braços estendido, ousando.
Em meus desamparos, busquei o encontro dos teus olhos.
Só havia o flagelo e abismo abrasando meus sentidos.
Foram-se as fragrâncias dessa manhã inebriante.
Fluía e refluía esse crepúsculo inebriante, nesse turbilhão.
Impossível esquecer tantas noites entre folguedos,
entre lampejo rememoro essa ausência penetrante.
Não havia saída nessa vida, sem teus beijos insanos.
Vagas lembranças nessa subversão dos meus sentidos.
Órfão do teu amor, renuncio essas noites de lembranças,
vacilante, suplicante, me resigno, me entrego fatigado...