Pai
o ceu calou-se em breve instante
o sol fechou seus olhos de fogo
As estrelas se recolheram em silêncio
a lua mergulhou na escuridão da noite
um corpo tomba em pranto incessante
um choro invade o espaço d'alma
uma despedida sem esperanças de reencontro
uma saudade cravada na eternidade do tempo
calou-se pra sempre a vida
o vento canta em gritos
cessaram-se as risadas
agora só desabraços
fria terra sem perfume
flores secas ao chão
frio, calor, dor, medos
nada mais existe
encontros e reencontros
olhares e cumplicidade
lealdade e gratidão
tudo ali, no vão, no chão
embaixo do mesmo ceu
um se foi e outros ficaram
e a vida continua sem ele
nas noites de choro abafado.
Marina Liberato-MABEE