Saudades da inocência

Quero querer sem precisar dizer porquê.

Quero conversar, rir, passear, brincar

Com qualquer pessoa sem medo de ferimento.

Quero olhar para as pessoas sem julgamento.

Ver o negro e o branco, a mulher e o homem

E não encontrar diferença no meu coração.

Quero ser contra a discriminação tão verdadeiro

Como o olhar de uma criança recém-nascida.

Quero vasculhar toda minha mente, raspar o coração

De toda e qualquer semente genérica do engodo

Quero acabar com aquela hipocrisia que fica no mais profundo da mente.

Quero confessar que sou nada, mas nada sem querer nada.

Quero ser humilde sem entender o que é humildade.

Quero ser humilhado sem compreender uma só palavra.

Quero o riso e o olhar dos inocentes.

Quero uma casa simples, carinho e cama quente.

Quero alimento sem saber de pratos diferentes.

Quero uma sombra, uma rede, uma água fresca e pouca gente.

Quero conversar sem propósito, ouvir histórias, alegrias, anedotas.

Quero pássaros cantando sem medo, araras e papagaios sem segredos.

Quero ter asas, para voar o vôo da liberdade no país da desigualdade.

Quero pregações que fervem a alma e a todos acalma.

Quero o vento tranqüilo, suave, carinhoso, falando a minha alma.

Quero o Espirito Santo inundando minha alma.

Quero o Senhor Jesus lavando meu coração e curando minha alma.

Quero Deus se apossando de mim e dando-me uma profunda calma.

Que saudades tenho deste Reino que herdou minha alma!