Nunca estive preparada para me despedir
E de repente, eu me pergunto na expectativa de obter resposta advinda do coração:
Será que nessa vida alguém mais se despediu do seu grande amor no início de uma primavera sem saber que seria o último beijo, o último olhar?
Não falo sobre uma despedida que é a partida para a eternidade, a saber marcada pela passagem dessa vida terrena para o plano divino,
E sim de uma despedida involuntária, que você tenha beijado com mais intensidade que em qualquer outro encontro que teria continuidade posterior.
Ademais, que até mesmo o coração físico tenha acelerado mais durante o que você pensava que fosse mais um abraço...
Que a roupa tenha sido uma das mais bonitas do momento naquele guarda-roupa, mesmo que a ocasião não exigisse tanta solenidade na hora de se arrumar.
E tudo isso que eu relatei, foi sem saber!
Sem saber que aquele seria o nosso último beijo, o nosso último passeio, o nosso último filme.
Digo, o nosso último filme comumente assistido.
Mas será que o filme da nossa história já se encerrou? Ou posso eu dar a mão ao destino e esperar pelas próximas partes, cenas dos próximos capítulos?
Hoje me veio à memória,
Que sem eu saber naquele dia você levou o meu inverno, estação a qual nos conhecemos,
E com a primavera fiquei sem saber o que fazer quando me dei conta de que aquilo não se repetiria mais.
Sem exagero algum ao dizer, levou o meu melhor beijo, o meu imaculado afeto.
Levou o que tinha de amor em mim.
Só não sei se tudo isso ficou guardado, ou foi meramente dilapidado.