Rua menina
Ainda me lembro da rua menina,
Valetas ao lado, cascalho no meio,
Buraco bem fundo, na curva cavado,
Meninos brincando, subindo e descendo.
Ainda me lembro da rua menina,
Que o carro passava, poeira se erguia,
Do ônibus lento subindo a ladeira,
Do homem do leite com sua charrete.
Ainda me lembro da rua menina,
Do apito suave de um sorveteiro,
Quando a noite chegava, ela escurecia,
Quando a chuva caia, fazia barreiro.
Eu vejo minha rua, não é mais menina.
Com prédios ao lado, e asfalto na via,
Buraco tapado, manilha escondida,
Está iluminada e os meninos crescidos,
Não tem mais charrete, nem homem do leite,
O apito suave, tornou-se buzina,
É um articulado que sobe ligeiro.
Eu sinto saudades da rua menina!
No tempo passado, brincava comigo,
Hoje, eu atropelo você com meu carro,
Não tem mais espaço pra estacionar,
Cedeu seu espaço pra vida passar!
escrito em 25/07/2008