Passou o trem
Passou o trem.
É chegada a hora do nada.
Desce as escadas e o acesso à rampa de volta pra casa.
Foi lá pra ver as janelas rodarem a mil.
Os lenços, as saudades, as despedidas.
Criança de colo que chora.
Não é de tristeza.
Mas ele se aborrecia.
Eram assim as manhãs daquele homem.
Aquele que viu muita gente partir.
Desconhecidos, nunca acenaram a ele.
Calçava as botas e descalçava.
Cansava de fazer muito esforço com as pernas.
Queria mais era observar.
Lembrava, fazia aquele momento ser o passado.
Ah se fosse!
Não largaria a mão dela.
Com aqueles novos rostos e novas saudades.
Pra ele, velhas saudades.
Ficava ali sentado, folheando um jornal velho.
Tudo nostálgico.
Era a falta dela.
No passado, no presente e no futuro.
E passou-se mais um trem e mais um trem e mais um trem...