O CAPITÃO DO NAVIO
Hoje estou retornando para o mar ,
serei do navio novamente o capitão,
mas de ti, para sempre vou lembrar,
vendo em sua imagem, a pura emoção.
Tristeza? E o que mais sinto,
não verei mais o labirinto,
que me levava a seu coração.
A noite, quando sozinho no navio,
olhando para a lua, altair, antares,
lembrando do marinheiro que partiu,
sem voce, navegando pelos mares.
Meu veleiro errante,
vai para lugar distante,
longe de seus olhares.
Deu me amores, ternura, tantos carinhos,
desde o dia que nessa baía ancorei,
foram tão lindos,os nossos caminhos,
certeza,os mais belos que naveguei.
Adeus a ti, e ao verde monte,
terei só água no horizonte,
nas águas, seu rosto verei.
Voltar a te ver, nenhuma esperança,
triste verdade, uma dor que esmaga,
mas sei, não morrerá sua lembrança,
então, o coração do marinheiro naufraga.
Vejo a dolorosa saudade,
dos dias de felicidade,
chama que não apaga.
No leito macio que tantas vezes deitei,
estou sabendo, outros irão frequentar,
não sentirá o perfume que lá deixei,
seus olhos, verão outros em meu lugar.
Ondas, água e o mar azul,
estou rumando para o sul
com a tristeza a me fitar.
Está na mente essa lembrança viva,
ninguem vê, não sabe a tripulação,
mas que traz minha mente tão cativa,
nas águas, nos mares, nos portos da solidão.
A onda, que na noite ecoa,
mexe comigo lá na proa,
só vejo a escuridão.
Está sem rumo o meu possante veleiro,
e não acredito, o quanto em dias mudei,
não sou mais livre, do amor prisioneiro,
desde o dia, que essa linda mulher deixei.
Mundo de uma fantasia,
dorme lá minha poesia,
e eu, até hoje não acordei.