Interurbano.

Não sei o que seremos na ida,

ainda que você retorne para sua cidade;

tudo que o meu signo diz é mentira.

Se você for embora,

parte de mim irá junto.

Suspira,

deita em meu peito.

Chora,

tenta aliviar esses desespero.

Longe de sermos perfeitos;

queria ser tua ferida aberta no sonho

de todos os travesseiros do qual dorme.

Na irrelevância do meu ser;

criado e pensativo.

No pedido da cabeceira,

que sonolenta esquece que eu fui.

Que não é fácil, sei.

Que não é impossível também.

É que quando eu penso em você

ainda vejo que a luz do fim não termina no fim.

Fico maluco gesticulando, falando sozinho, pensando no teu pranto.

Pensando em como posso te tirar desse lugar; te fazer uma ligação.

Na possibilidade que move o vento;

quando escutar o sino das 18:00 tocar

do alto da sua janela que dá pra uma mata,

em seus ouvidos calejados ao ouvir tamanha repetição.

Não sei o que seremos na volta,

embora nem tudo se retorna pro lugar que saiu;

estupidamente calado, esperando que a noite não te traga mais dor.

Nas suas veias Interurbanas,

traz a terra em seus ombos áridos e longes.

Você pode derrubar água do rosto,

ou fugir.

A vida é tentadoramente dolorosa quando se passar tempo demais dentro de um abrigo. Sendo consolado por seus amigos; os dias não ficam bem, as horas demoram pra passar.

Tudo que você deseja é sumir, e achar um lugar que possa colocar sua cabeça pra esquecer dos detalhes dessas malditas cicatrizes que te fazem lembrar de tudo

que ainda não esqueceu.

A vizinhança toda espera você sair correndo de casa.

Fugir pra quem vai te SEGURAR no fim de todos os finais sem pontos e remendos do teu coração espedaçado e frágil.

Eu queria só cuidar de você,

e mais nada.

Mas meu sono é frágil,

e não vem.

Você pede, e eu me afasto;

como se fosse ninguém.

Nas suas veias Interurbanas;

vem me discar a cobrar,

vem me matar de todas as formas.

Vem ser o que você tem medo.

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