Sorriso Ausente
Navego em mar de pensamentos turbulentos
Em fúria avassaladora e cada gota de mim denomina-se saudade
Neste oitavo ano ainda olho em Horizonte distante buscando sentido
Para tal perversão em sua face mais cruel
As vezes me consolo no mar
Quando suas ondas passam por mim
Sinto seu pulsar, sabendo que ela é única
Às vezes sobre minha cabeça para tentar recuperar a sanidade dos pensamentos
Elas trazem de volta algum sentido
Então, tudo ao redor se torna ausência
O vento terral traz gotículas de água marinha
Que se misturam as minhas
As salinidades se equivalem
Formando uma onda de vontades
Trazendo uma onda que por hora denomino realidade atroz
Meu corpo afunda apesar da densidade do momento, amargura e dor se misturando num turbilhão
Nada me apraz nesse mar sombrio
A vastidão do mar invade meu peito
Que não pode conter e transborda
O sentido de tudo não faz o menor sentido
O tempo decorrido não me trouxe alívio
Transformando um vazio abissal
Onde cabem exatos oito anos
De sorriso ausente.
Rio, 31.07.21
Para meu filho Jay.