Vento passa
pelas brechas da cortina,
num jogo furta-cor,
seguido pelas notas
das cordas do violão.
“Nada vai me fazer
desistir do amor”…
canta a moça
sobre o banco alto.
A pedidos, tantas letras,
livros guardados, perdidos.
Cotovelo tem gosto de dor
amargando as cordas,
arranhando as dobras
do coração….
“Bebida quente,
por causa de um
coração gelado…”
E me vem a época da fossa,
do queijo, da mulher paioça.
“Tu visse?”
“Isn’t she lovely”,
“Tu lembra?”…
O tempo passa com o vento,
pelas brechas desta cortina,
leve, furta-cor e sem rima…