Vento passa

 

pelas brechas da cortina,

 

num jogo furta-cor,

 

seguido pelas notas

 

das cordas do violão.

 

“Nada vai me fazer

 

desistir do amor”…

 

canta a moça

 

sobre o banco alto.

 

A pedidos, tantas letras,

 

livros guardados, perdidos.

 

Cotovelo tem gosto de dor

 

amargando as cordas,

 

arranhando as dobras

 

do coração….

 

“Bebida quente,

 

por causa de um

 

coração gelado…”

 

E me vem a época da fossa,

 

do queijo, da mulher paioça.

 

“Tu visse?”

 

 

 

“Isn’t she lovely”,

 

“Tu lembra?”…

 

O tempo passa com o vento,

 

pelas brechas desta cortina,

 

leve, furta-cor e sem rima…

 

 

 

 

 

 

TACIANA VALENÇA
Enviado por TACIANA VALENÇA em 28/01/2022
Código do texto: T7439678
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