CANTAR CALIENTE
Despertei com uma chuva mansa.
Meus cabelos, em desalinho;
meu pijama listradinho bem amassado.
Levantei devagarinho,
sem fazer muito barulho;
fui à cozinha preparar um café.
Sentei-me à ponta da mesa,
observando a natureza,
ouvindo os pássaros cantar.
A chuva mansa fazia, nas árvores,
uma grinalda de gotas bem pequeninas,
enquanto pássaros assanhados
voavam de lá para cá,
um sabiá afinado,
com seu cantar caliente,
fez-me sonhar.
A chuva seguia mansa
e, meu corpo cansado pediu,
que eu voltasse à cama.
Ao lembrar que era domingo,
deitei-me quase dormindo.
Antes, porém, ajustei o despertador.
Não posso perder a hora!