Porem já não chegarás....

Não te aproximarás como o vento, em silencio,

Nem como perfume.

E estou assim, fragmentada e envelhecida,

Respirando alegrias murchas e insones,

Árvore sem nome,

Podadas suas folhas de vida.

 

E meu rosto tem o aspecto das cavernas,

Onde dormem o pastor e os cordeiros invisíveis,

Na inocência do universo.

Criatura que se reconhece hoje

Uma sebe velha  e triste

Que destoa dessas colinas indiferentes

àquela que vai partindo

tentando decifrar os rastros de seus anjos.

 

31.12.2021