PÔR DO SOL AO SOM DE RAVEL
Aproximam-se as cinco horas da tarde
Palco preparado, todos à espera do momento
O violinista, o saxofonista pareciam cronometrar
O momento exato do Bolero de Ravel executar.
Nesse contexto, uma grande expectativa
Todos à espera que ao início do toque
O grande Rei Sol, fosse paulatinamente
Deitando-se, até descansar quase indolente.
Ali estavam pessoas de diversas localidades
Que visitando João Pessoa, na oportunidade
Jamais poderiam perder tão belo espetáculo
De beleza singular... os olhares direcionados.
Pessoas cujos olhares traziam a alegria
Para outras trazia à mente melancolia,
Talvez por lembrar de alguém que partia
A saudade se aproximava e o peito sofria.
Alegrias, expectativas e até pressentimentos
Eram tantos os sentimentos naquele momento.
Porém, independente deles, a beleza prevalecia
Da bela estrela que nos dera a luz durante o dia.
Pensamentos absortos, outros porém atentos
Todos ali permaneciam com mesmo intento
Enquanto isso percebiam as águas da bela praia
Vez em quando beijar o cais já quase sombrio.
De repente ressoam em sintonia, os sons se espalhando
Começava a entoar o saxofonista num pequeno barco
O violinista por entre aqueles que olhavam atônitos
O lindo e tão esperado por do sol, ao som de Ravel.
Como em sintonia começaram, assim terminaram
E concomitantemente os raios do rei descansaram
Esperando a próxima alvorada para o renascer
E mais um dia recomeçar e assim resplandecer.
Depois o violino emanou o som da “Ave Maria”
E assim terminou aquele dia, mais um dia
Na Praia do Jacaré, cuja beleza sempre trazia
Diariamente, em João Pessoa, aquela primazia.