Infância, a Minha

À criança que habita em mim,

Encolhida e amedrontada,

Amarrada e esquecida

Dedico esse regalo.

Ao meu coração obstinado,

Gelado como um sorvete,

Arremato com um carinho

Num macio regaço memorável

De um mundinho

Outrora colorido.

Espiando de mansinho

Entro devagar à procura...

Arisca como ave assustada

Estico os braços e evoco

Um saudoso momento

Que ficou lá atrás

De uma dolorida infância

Meto-me em armadura de lata

Enalteço uma lembrança

tentando voltar no tempo

De uma meninice que

Não retornará em tempo algum.

 

 

 

Roseli Schutel
Enviado por Roseli Schutel em 05/01/2022
Reeditado em 05/01/2022
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