Infância, a Minha
À criança que habita em mim,
Encolhida e amedrontada,
Amarrada e esquecida
Dedico esse regalo.
Ao meu coração obstinado,
Gelado como um sorvete,
Arremato com um carinho
Num macio regaço memorável
De um mundinho
Outrora colorido.
Espiando de mansinho
Entro devagar à procura...
Arisca como ave assustada
Estico os braços e evoco
Um saudoso momento
Que ficou lá atrás
De uma dolorida infância
Meto-me em armadura de lata
Enalteço uma lembrança
tentando voltar no tempo
De uma meninice que
Não retornará em tempo algum.