O Saí-azul e a névoa...

 

Por que castigas assim o teu pássaro azul, Grande Bukowski?

Por que já não permites que ninguém o ouça ou veja?

Não sabes que uma gaiola, por mais segura que ela seja,

não é capaz de sufocar o som do teu cantar?

 

Nobre Bukowski!

Por que limita o vôo do teu fogoso pássaro azul?

Não sabes que ele é fadado a viajar de Norte a Sul?

Ou tens medo que ele fuja e o abandone aí sozinho?

Temes que teu pássaro azul veja a "névoa do amor" e se encante?

Que nunca mais enxergue um palmo adiante?

Ou que carregue para sempre o teu senso de humor?

 

Ah! Solitário Poeta!

Acaso esquecestes que ele já viu toda a beleza que há lá fora?

E sabe que todo ser alado busca um ninho

aonde pousar um certo tempo, porém nunca se demora.

E quando chega o momento simplesmente alça vôo e vai embora...

 

Por que encarceras assim o teu Saí-azul, Caro Bukowski?

Acaso pensas ser tua gaiola tão secreta e tão segura?

Capaz de protegê-lo da paixão e seus indícios de loucura?

Pois saiba que esse temor em teus olhos castanhos transparece

revelando a mágoa que assola a tua alma e a entristece...

 

Por que acorrentas o teu pássaro azul, Charles Bukowski?

Entendas de uma vez que jamais irá detê-lo!

Que nunca conseguirá emudecê-lo!

Nem fazer com que suas asas esqueça o prazer da liberdade...

"Não tente" prendê-lo! 

Pois voar é o que ele nasceu para fazer

e não adianta se nessa clausura o esconder,

pois num silvo agudo confessará sua saudade...

 

Adriribeiro/@adri.poesias

 

Imagem da internet

 

Poema em homenagem ao Poeta Henry Charles Bukowski, nascido na Alemanha porém residente nos Estados Unidos desde os 3 anos de idade. ( 26/08/1920 a 09/03/1994)

Adriribeiro
Enviado por Adriribeiro em 14/12/2021
Reeditado em 12/06/2022
Código do texto: T7407029
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