ENQUANTO EXISTIR SAUDADES 

Enquanto existir Saudades

Terá uma chuva fina no telhado

Um trovão que assusta a meninada

E um rio que enche na madrugada

 

Uma missa aos domingos na matriz

O ressoar do sino à tardinha

A quermesse na igreja à noitinha

E o pipoqueiro ao lado do carrinho.

 

O seresteiro sob a janela da mocinha

A vitrola tocando uma linda melodia

Um circo e o palhaço da alegria

E uma tertúlia na casa da vizinha

 

O radinho de pilha na salinha

A lamparina acessa na cozinha

Um papagaio na janela do terraço

E um galo cantando ao meio-dia.

 

A banda tocando no coreto

As crianças saltidando de alegria

Casais de mãos dadas enamorados

Volteando no largo da pracinha.

 

Enquanto existir saudade...

 

(fatima fontenele lopes)