Nada sei, mas a poesia tudo sabe...
Não sei escrever sobre a saudade
Preciso da minha amiga poesia
Ela o faz belamente, essa maldade
Que fere o peito com a nostalgia
Não sei escrever sobre o tempo
Peço sempre ajuda à poesia
Ela vem com o seu léxico e contratempo
Fazendo-me ver que saudade não traz alegria
Não sei escrever sobre o amor
Mas daí a poesia está pronta
Rega o coração como se fosse flor
Uma vez mais no peito a saudade desponta
Nada sei sobre a paixão
Peço então o favor da poesia
Que me mostra os caminhos do coração
E um cantinho quente nesta noite fria
Nada sei sobre a mulher amada
Por isso corro de encontro à poesia
Me diz que ela deve ser bem tratada
Para que o amor e o carinho brotem em sintonia
A poesia me inspira nas noites solitárias
A ela devo o meu parco saber da vida
Acompanha-me ao ouvir lindas árias
Destilando o mel do amor e da saudade dolorida
(Paulo Eduardo)