A cesta na chuva

A sexta-feira cai em cinza chumbo

É a tempestade que se aproxima...

Mais uma vez, o barulho da cidade

Invade os quintais e as casas

E a cesta de frutas na chuva...

As vozes chegam de longe

Em pequenos cristais

E se vão tão rápidas quanto chegam...

Daqui a pouco, as luzes vão se acender

E a escuridão vai assustar menos

Que os raios não risquem o céu

Não essa madrugada...

Que os sonhos acordem em paz

Trazendo o sorriso nos lábios

Daquele que dorme sob um teto

E um travesseiro macio

Que o medo não seja mais companhia

E a solidão venha como horas úteis

De aprendizado e inspiração

E a saudade fique guardada

Vez ou outra, seja folheada com carinho

Em linhas que sempre serão importantes

Que a chuva embale o ninar dos pássaros

E durmam despreocupados

Indiferentes ao molhar das penas

E que sempre haja um abrigo

Um guarda-chuva à ser compartilhado

Uma poesia para trazer alegria ao coração

E se possível que os versos criem vida

Mesmo que seja na imaginação...