O TEMPO
Quisera ausentar o tempo
Fitar teus olhos
Dizer-lhe a grandeza do sentimento
Habitado em meu sonho
Dizer que amo e amava
Quando não dizia
Amo e amava
Quando nem ao menos sabia
Quando não queria
Amava e amava tanto
Que hoje engolindo um pranto
Tão eterno quando teu sorriso de adeus
Nunca mais nos olhos meus
Nunca mais nos braços meus
Nunca mais em meus ouvidos
Tua voz grave, flecha cravada na ausência eterna
Se soubesse e se pudesse
Atrás diria quantas vezes fosse possível
Te amo e amava dentro do limite das horas e fora delas
No transbordar do próprio eu
Com a sinceridade de um verso poético
No silêncio de um deleite
Espero que possas me ouvir
Nesse segredo que foi pecado
Enquanto estavas diante de minhas mãos e meus desejos.