Coração obstinado
Tenho em mim essa imprudência necessária, essa monstruosa criatura feita de poemas e nostalgias,
Escrevo aqui deitado em meus paraísos artificiais sendo urgente enquanto tento modelar o meu mundo,
Deixo um rastro profundo na minha íntima e suculenta árvore da vida, sei que nada me intimida pois persigo esse destino que buscam os poetas,
Tive fome de vida, mais fui deserto nessa travessia, amei aquela mulher que nunca me devolveu na mesma moeda,
Agora aguardo esse tempo lento,
Nessa sopa de velhos alfabetos,
Registro minha pobre pobreza feita de razão e segredos, mais as vezes o coração obstinado se finge de morto enquanto respiro essa mansidão inexplicável que dorme paciente esperando por ti.