A roupa do tempo
Há tempos que lá não ia,
Sentir a sua harmonia,
Curtir o rio, lembrar...
Lembrar da minha vivência,
Infância, adolescência,
E vi que ainda estou lá...
Estou nas carnaubeiras,
Na poeira da estrada,
E, também nas ribanceiras,
Já sem planta, ou quase nada...
Me encontrei na velha casa,
Com sua história infinita,
E ali, voltei a fita,
E me vi nas águas rasas...
Nas águas rasas do rio,
Lá ancorava o navio,
E fiquei com peito em brasas...
Do tempo vesti a roupa,
E a vi quarando, e na boca,
Senti um gosto estranho,
Pois lembrei dos tantos banhos,
E a saudade, não foi pouca.
Alque