Por onde andas coração?
Por onde andas, ó ingênuo coração,
Quando os meus olhos livremente te expande?
Onde se enche de efêmera emoção
por este mundo que é tão belo e tão grande?
Por onde andas, ó carente coração,
quando o sopro do deus Cécias te espalha?
Aonde vai sem nenhum senso ou direção,
se o som do eco te engana e te atrapalha?
Por onde andas, ó inseguro coração,
quando o sussurro da distância te amedronta?
Onde cruzou com a intrusa solidão,
e a saudade lhe encontrou de mala pronta?
Por onde andas, ó cansado coração,
quando o ritmo do seu pulso é inconstante?
Onde abafou sua mais louca emoção,
e agora bate em silêncio tão distante?
Por onde andas, ó tristonho coração,
quando não sinto no meu peito o teu pulsar?
Onde é que fica a cela fria da prisão,
que te impede de ao meu peito retornar?
Por onde andas, ó sensível coração,
quando os meus olhos de angústia se apagam?
Onde pousastes nessa estranha imensidão,
serão reais as ilusões que te afagam?
Por onde andas, ó alquebrado coração
quando a vida já te anuncia “o pôr do sol”?
Onde sentaste para compor tua canção,
em homenagem à nostalgia do arrebol?
Adriribeiro/@adri.poesias