Por onde andas coração?

Por onde andas, ó ingênuo coração,

Quando os meus olhos livremente te expande?

Onde se enche de efêmera emoção

por este mundo que é tão belo e tão grande?

Por onde andas, ó carente coração,

quando o sopro do deus Cécias te espalha?

Aonde vai sem nenhum senso ou direção,

se o som do eco te engana e te atrapalha?

Por onde andas, ó inseguro coração,

quando o sussurro da distância te amedronta?

Onde cruzou com a intrusa solidão,

e a saudade lhe encontrou de mala pronta?

Por onde andas, ó cansado coração,

quando o ritmo do seu pulso é inconstante?

Onde abafou sua mais louca emoção,

e agora bate em silêncio tão distante?

Por onde andas, ó tristonho coração,

quando não sinto no meu peito o teu pulsar?

Onde é que fica a cela fria da prisão,

que te impede de ao meu peito retornar?

Por onde andas, ó sensível coração,

quando os meus olhos de angústia se apagam?

Onde pousastes nessa estranha imensidão,

serão reais as ilusões que te afagam?

Por onde andas, ó alquebrado coração

quando a vida já te anuncia “o pôr do sol”?

Onde sentaste para compor tua canção,

em homenagem à nostalgia do arrebol?

Adriribeiro/@adri.poesias

Adriribeiro
Enviado por Adriribeiro em 21/10/2021
Reeditado em 07/11/2021
Código do texto: T7368452
Classificação de conteúdo: seguro
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