Que a ti eu vá

Encontrava-se

aquela solene saudade

adormecida,

aquietada,

imota,

a um canto

da memória jogada,

até que a uma especial data

ela é despertada.

Então, aqui e agora,

à pena ela me põe

a escrever-te.

O magnífico som de Bach

ela ouve,

deleita-se,

a música é uma “astralnave”,

e juntos nos transporta.

Neste instante

ela tão concreta é,

sinto-a a me abarcar,

comprime-me,

afeta-me.

A dor não é dor,

mas a mim aflige,

e faz-me decidir

que a ti eu vá.

(para 06/03/2009)