UM DIA DE CHUVA
UM DIA DE CHUVA
(Sócrates Di Lima)
Debruço-me ao parapeito da minha janela,
Lá fora a chuva cai intensa e eu me lembro dela.,
A nostalgia invade minha alma e eu penso nela,
Como se desfilasse nua na chuva na minha passarela.
Olho ao fundo dos meus pensamentos,
Relâmpagos e trovões espantam meus tormentos.,
E ela faz minha alma saltitar de contentamentos,
Abrindo-me sorrisos largos e sem lamentos.
Com sua imagem refletindo nas poças de alegrias,
Navego feliz nas enxurradas de lágrimas já não frias.,
Que trazem de longe meus desejos e fantasias,
Preenchendo minha vida de cores e melodias.
Chuva de benção divina, banham minha tez.,
E do corpo cansado, sem medo, faço minha altivez.,
Danço sob a chuva na minha inocente nudez,
Saltitante como quem ama pela primeira vez.
Apressadamente me desfaço das coisas do passado,
Faço presente um novo começo que me faz feliz.,
São teus encantos que encantam e me faz amado,
Por mim, por ti, em busca daquilo que sempre quis.
A chuva cai lá fora e me enche de desejos,
Toques, retoques de carinhos e beijos.,
Chamegos, suspiros de gozo e sopesos,
Lágrimas passadas que desaparecem em lampejos.
Debruçado ao parapeito da minha janela,
Sonho e desfaço-me das tristezas de estar sozinho.,
Por que meu coração se alegra com a saudade dela.,
Que como a chuva que cai, nessa saudade me aninho .