Palavras bêbadas de semântica.
Tontas em lirismo extremo.
Tropeçando em fonética local.

As sílabas cadenciadas na música.
Uma viagem no tempo.
No amor apaixonado por si mesmo
Na cigana que lia a mão e o destino.

Amamos, desamamos e reamamos
Como se fosse convexo, 
o que, simplesmente, é côncavo.
Abrimos prismas.
Conhecemos o arco-íris.

Abrimos garrafas, segredos e delações.
Fechamos punhos, portas e emoções.

O poema trancado na gaveta.
As chaves balouçando a confessar traições.
Um botão da camisa perdido.
em meios aos papéis...
Arrancado no momento das comoções.

Rastros, vestígios e pistas.
Para um detetive desatento.
Para um olhar ao relento
Buscando entender o vento
E, saber da chuva 
qual das gotas conterá o antídoto.
e qual conterá o veneno.

Palavras bêbadas de semântica
Tontas de lirismo extremo.
Vertigens literárias.
De ser ora Capitu ou Desdêmona.
De ser ora Bentinho ou Otelo.

Traições imaginárias.
Amores reticentes
Símbolos do tempo.
estórias de afetos 
fossilizados no silêncio.
 
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 03/10/2021
Reeditado em 07/10/2021
Código do texto: T7355299
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