MÃE

Trago na memória as lembranças

De quando você ainda era uma jovem

E eu ainda uma criança

No meu peito, a dor da saudade e as recordações da minha infância

Suas mãos fortes a me segurar

A sua pele queimada de sol, seus cabelos pretos, seu rosto a moldurar

Sinto a sua falta, vejo seus olhos negros, molhados pelas lágrimas

De tristeza, muitas vezes a chorar

Segurando a minha mão, ensinou-me a caminhar

Mostrou-me os caminhos que a vida iria me levar

Ensinou-me a cultivar as flores mesmo com seus espinhos

Que eu tivesse cuidado para não me machucar

Lembro do outono quente, quando as folhas caiam

Tudo parecia sem vida

Dizia-me que o inverno logo iria chegar

E traria de volta todas as folhas e voltariam as cores para nos alegrar

O outono se foi, as folhas douradas voaram com o vento

O inverno chegou trazendo novas folhas e novo alento

Mas a saudade de ti não muda com as estações

E a tristeza me faz chorar, pois sei que não podes voltar

Cultivarei as flores mesmo sabendo que os espinhos ferem meu coração

Que sangra de saudade do seu “adeus”, da minha solidão

Que o vento leve o perfume das flores que plantei para te dar

No jardim da minha alma para te alegrar

Onde estiver, mãe querida

Sei que descansa na paz eterna, nos braços do Pai

Que a luz perpétua ilumine sua eterna vida

Eu te amo para sempre, não te esquecerei jamais

Dina Paraguassú
Enviado por Dina Paraguassú em 15/09/2021
Reeditado em 02/10/2021
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