MÃE
Trago na memória as lembranças
De quando você ainda era uma jovem
E eu ainda uma criança
No meu peito, a dor da saudade e as recordações da minha infância
Suas mãos fortes a me segurar
A sua pele queimada de sol, seus cabelos pretos, seu rosto a moldurar
Sinto a sua falta, vejo seus olhos negros, molhados pelas lágrimas
De tristeza, muitas vezes a chorar
Segurando a minha mão, ensinou-me a caminhar
Mostrou-me os caminhos que a vida iria me levar
Ensinou-me a cultivar as flores mesmo com seus espinhos
Que eu tivesse cuidado para não me machucar
Lembro do outono quente, quando as folhas caiam
Tudo parecia sem vida
Dizia-me que o inverno logo iria chegar
E traria de volta todas as folhas e voltariam as cores para nos alegrar
O outono se foi, as folhas douradas voaram com o vento
O inverno chegou trazendo novas folhas e novo alento
Mas a saudade de ti não muda com as estações
E a tristeza me faz chorar, pois sei que não podes voltar
Cultivarei as flores mesmo sabendo que os espinhos ferem meu coração
Que sangra de saudade do seu “adeus”, da minha solidão
Que o vento leve o perfume das flores que plantei para te dar
No jardim da minha alma para te alegrar
Onde estiver, mãe querida
Sei que descansa na paz eterna, nos braços do Pai
Que a luz perpétua ilumine sua eterna vida
Eu te amo para sempre, não te esquecerei jamais