AMO

Amo estes pés feridos

Que percorreram milhas

no ir e vir do afã diário

construindo a vida

Amo estes pés que percorreram

Caminhos insondáveis

E que apesar dos espinhos

Não desanimaram

Amo estas mãos calejadas

Que teceram a vida

Que cultivaram a terra

Que colheram o trigo

Que fizeram o pão

Que saciaram a fome de tantos

Que alimentaram a esperança

nos corações desalentados

que juntas oraram, que puniram

que perdoaram, que abençoaram

Amo estas mãos que ofereceram a flor

A mais singela, num gesto supremo

de amor

Amo estes olhos que serenos

contemplam o incerto amanhã

que deixam escapar lágrimas de dor,

de alegria, estes olhos inquiridores

que viram a história,

que viram derrotas, que viram vitórias

amo este olhos que dizem tantas coisas

Amo esta boca que murmurou

Preces silenciosas

Que disse impropérios

Mas que também disse, “ eu te amo”

Amo esta boca que gritou

Gritos de protesto pelas injustiças

Amo esta boca que cantou hinos de repudio a opressão

Que cantou hinos de louvor em forma de oração

Amo esta boca que calou-se para não ferir

Amo esta boca que disse:

Obrigado! Pai Eterno por eu existir.

Dedicado a meu Pai que me ensinou a ser o que sou

Pethrus
Enviado por Pethrus em 06/08/2021
Código do texto: T7315168
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