SAUDADES
Maria de Fatima Delfina de Moraes
No silêncio do meu quarto,
ao contemplar o teu retrato
revivi intensas saudades.
Tantos dias e noites de espera...
Vi o nascer do dia,
o despertar dos transeuntes.
O canto das cotovias
no despertar do alvorecer.
E tantas vezes me vi chegar à janela
contemplar estrelas,
vislumbrar a lua,
tendo por companheira a sombra da noite,
o silêncio das ruas...
Não sabes o quanto esperei
que a porta se abrisse
lerdos minutos do dia,
longas horas noturnas,
minhas longas horas vazias,
Ah! Não sabes o quanto seria feliz
ao contemplar teu retorno!
O calor do beijo guardado,
com delicioso gosto de desejo.
Ah! Não o sabes, o quanto de carinho te daria.