MINHA MÃE, MINHA SAUDADE

Tão cedo te apartastes de mim

E de tão cedo, tão sem razão

E de tão sem razão, tão sem adeus...

E no vazio do abandono, tão sem amor.

Quem sabe se não sentes a minha ausência?

Quem sabe se não choras as tuas dores?

Porquanto em tua breve partida

Fui eu que sem vida por terra caí.

Escuta-me na saudade que te clamo

E que só o silêncio me responde

Num ecoar dolorido e profundo

Nas minhas noites sem estrelas.

Sinta-me nas inúteis águas deste pranto

Que não me consola, e nem te comove

Que não me leva a ti, e nem te traz a mim

Mas que o recebe a terra que te acolheu.

A paz que alçaste será para sempre a tua glória

E será para sempre o meu alento

A eternidade que é o teu caminho de luz

Poder-se-á dizer, minha terna saudade.

Minha mãe, minha saudade, eu bem sei

Se pudesses não terias partido assim

Sem ao menos dizer:

Adeus, filha...

Almarik
Enviado por Almarik em 01/08/2021
Código do texto: T7311766
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