MINHA MÃE, MINHA SAUDADE
Tão cedo te apartastes de mim
E de tão cedo, tão sem razão
E de tão sem razão, tão sem adeus...
E no vazio do abandono, tão sem amor.
Quem sabe se não sentes a minha ausência?
Quem sabe se não choras as tuas dores?
Porquanto em tua breve partida
Fui eu que sem vida por terra caí.
Escuta-me na saudade que te clamo
E que só o silêncio me responde
Num ecoar dolorido e profundo
Nas minhas noites sem estrelas.
Sinta-me nas inúteis águas deste pranto
Que não me consola, e nem te comove
Que não me leva a ti, e nem te traz a mim
Mas que o recebe a terra que te acolheu.
A paz que alçaste será para sempre a tua glória
E será para sempre o meu alento
A eternidade que é o teu caminho de luz
Poder-se-á dizer, minha terna saudade.
Minha mãe, minha saudade, eu bem sei
Se pudesses não terias partido assim
Sem ao menos dizer:
Adeus, filha...