OLHOS DE VIDRO

Um ser mutilado!

Por um amor ignorante e inesperado

pego de surpresa,

como um cego que vislumbra pela primeira vez a luz,

com Ela, ele viu cores.

Tudo era cinza até então,

os olhos acostumados,

Num passe de mágica

Na fração do instante

Um mundo psicodélico e veloz lhe assalta,

maravilhado, mas hipnotizado

arremessado por este rio de sensações e ilusões

Numa velocidade extrema, sem freios na paixão,

sem controle, nem rédeas

Resolveu se deixar

Não se deu conta do todo

Quando se chocou,

Chocou-se e a todos.

Aquele ser cinza, agora manchado pelas cores que experimentou

Ninguém compreendeu

Ele se repreendeu, culpou-se e se matou.

Morreu na vontade de ver cores

Até se deparou com alguns tons pastéis,

mas o vermelho sangue, jamais.

Cinza novamente

Ele, então, confessa

que jamais desejará ver as cores.

O que todos não sabem

Ele arrancou seus olhos,

e , no lugar, duas esferas vitrificadas colocou.

RRSabioni
Enviado por RRSabioni em 29/07/2021
Reeditado em 29/07/2021
Código do texto: T7309948
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