OLHOS DE VIDRO
Um ser mutilado!
Por um amor ignorante e inesperado
pego de surpresa,
como um cego que vislumbra pela primeira vez a luz,
com Ela, ele viu cores.
Tudo era cinza até então,
os olhos acostumados,
Num passe de mágica
Na fração do instante
Um mundo psicodélico e veloz lhe assalta,
maravilhado, mas hipnotizado
arremessado por este rio de sensações e ilusões
Numa velocidade extrema, sem freios na paixão,
sem controle, nem rédeas
Resolveu se deixar
Não se deu conta do todo
Quando se chocou,
Chocou-se e a todos.
Aquele ser cinza, agora manchado pelas cores que experimentou
Ninguém compreendeu
Ele se repreendeu, culpou-se e se matou.
Morreu na vontade de ver cores
Até se deparou com alguns tons pastéis,
mas o vermelho sangue, jamais.
Cinza novamente
Ele, então, confessa
que jamais desejará ver as cores.
O que todos não sabem
Ele arrancou seus olhos,
e , no lugar, duas esferas vitrificadas colocou.