Da sua mão, minhas correntes
Por onde andas, doce mistério?
te busco nas memórias onde você deveria estar
envolto em suspense dos pés das cabeça
tamo não reconhcer a ti quando finalmente o encontrar
pois em cada canto, há uma sombra
um vestígio do que foi e o que seria
as saudades e os desejos se misturam
e da esperança, resta menos todo dia
eu escuto os seus passos
posso sentir o seu temor
consigo ver o seu cansaço
mas não consigo me livrar da dor
tantos espelhos, tantos momentos
de toda pequena luz, a sua voz
em cada curva do olhar, minhas lembranças
em cada virada de tempo, outro pedaço de nós
me questiono a todo instante
com que forças pude te dizer adeus?
mas nunca disse, por isso dói
nossas despedidas foram só delírios meus
que de tanto desejar a sua mão
de tanto querer fazer para nós um lugar
me agarrei ao nosso tempo como se fosse eterno
e agora não sei o que fazer para o deixar
gostaria que fosse mais sincero comigo
que não juntasse tantas coisas a bel prazer
nem tudo o que encontramos fica bem em conjunto
nem tudo o que dizemos, podemos fazer valer
pois a verdade para nós
é o aquilo que criamos na nossa ficção
e a liberdade que vivemos
é a de escolher a nossa própria prisão.