Da sua mão, minhas correntes

Por onde andas, doce mistério?

te busco nas memórias onde você deveria estar

envolto em suspense dos pés das cabeça

tamo não reconhcer a ti quando finalmente o encontrar

pois em cada canto, há uma sombra

um vestígio do que foi e o que seria

as saudades e os desejos se misturam

e da esperança, resta menos todo dia

eu escuto os seus passos

posso sentir o seu temor

consigo ver o seu cansaço

mas não consigo me livrar da dor

tantos espelhos, tantos momentos

de toda pequena luz, a sua voz

em cada curva do olhar, minhas lembranças

em cada virada de tempo, outro pedaço de nós

me questiono a todo instante

com que forças pude te dizer adeus?

mas nunca disse, por isso dói

nossas despedidas foram só delírios meus

que de tanto desejar a sua mão

de tanto querer fazer para nós um lugar

me agarrei ao nosso tempo como se fosse eterno

e agora não sei o que fazer para o deixar

gostaria que fosse mais sincero comigo

que não juntasse tantas coisas a bel prazer

nem tudo o que encontramos fica bem em conjunto

nem tudo o que dizemos, podemos fazer valer

pois a verdade para nós

é o aquilo que criamos na nossa ficção

e a liberdade que vivemos

é a de escolher a nossa própria prisão.

Um Boldo
Enviado por Um Boldo em 27/06/2021
Reeditado em 28/06/2021
Código do texto: T7288061
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