A saudade é um moinho
Enquanto...
O moinho vai girando com o vento...
A nossa existência...
Vai se esvaindo com o tempo;
E em cada segundo...
A saudade bate fundo;
Vai moendo na memória...
O nosso teatro de estória;
Vai espremendo no peito...
Um sofrer em deleito;
Aprazendo em lembranças...
Nostalgia de infindáveis andanças;
E pelas conchas do moinho...
As lágrimas em burburinho...
Saem da alma em redemoinho;
E vão inundando o olhar;
Deixando o rosto submerso...
Em saudoso molhar;
Que meu semblante entristece;
E ao mesmo tempo...
Alegre, me agradece;
Por cada ruga que aparece;
Pois são elas...
Marcas que a vida enaltece;
E assim a vida segue breve...
O tempo, minha dor descreve;
A saudade não pega leve...
E o moinho continua girando...
Enquanto a noite eu vou varando.