A saudade é um moinho

Enquanto...

O moinho vai girando com o vento...

A nossa existência...

Vai se esvaindo com o tempo;

E em cada segundo...

A saudade bate fundo;

Vai moendo na memória...

O nosso teatro de estória;

Vai espremendo no peito...

Um sofrer em deleito;

Aprazendo em lembranças...

Nostalgia de infindáveis andanças;

E pelas conchas do moinho...

As lágrimas em burburinho...

Saem da alma em redemoinho;

E vão inundando o olhar;

Deixando o rosto submerso...

Em saudoso molhar;

Que meu semblante entristece;

E ao mesmo tempo...

Alegre, me agradece;

Por cada ruga que aparece;

Pois são elas...

Marcas que a vida enaltece;

E assim a vida segue breve...

O tempo, minha dor descreve;

A saudade não pega leve...

E o moinho continua girando...

Enquanto a noite eu vou varando.

Jay Olivers
Enviado por Jay Olivers em 17/04/2021
Reeditado em 17/04/2021
Código do texto: T7233913
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