ALCOVA E SAUDADE
Ainda lembro-me de ouvir o seu "dizer"
Em nossa alcova e tomávamos nossas decisões,
Você sempre ouvia as minhas opiniões
Depois dormíamos em meio ao amor e prazer.
Era perfeita, era tão bela nossa união,
Tal qual uma mão se "encaixa" em uma luva,
Dentre as videiras, você a minha apraz uva,
Era a corda mágica e sublime do meu violão.
Quis o destino que houvesse apartação
O que para mim ainda é incompreendido
E aquele adeus que me deixou doido, perdido,
Foi lâmina algoz que cortou meu coração.
Naquela alcova não houve mais decisão
Sem o seu olhar, carinho e o seu norte;
Segui à vida e me refiz e fiz-me forte
Após a queda do meu mundo com a cisão.
Com a sua ida todas as noites eram inverno,
O frio cortava e cantava frio na solidão,
Sem horizonte, sem rumo e sem claridão,
O meu sofrer chegou a ser perto de um "inferno".
O tempo passou e com ele morreu a ilusão
De um dia tê-la de novo em nossa alcova,
Aqueles dias naquela alcova foram à "cova"
Quando nasceu dessa realidade a desilusão.
Novo Horizonte de color áureo veio felicidade,
Um novo sol e nova rosa em meu caminho,
Em nova alcova já não sinto-me mais sozinho,
Mas de você confesso: sinto uma saudade!
FANTÁSTICA INTERAÇÃO DO NOBRE POETA VALDIR LOUREIRO
Um poeta recorda a sua amada
quando ela faz falta no seu leito,
e ele quer que ela seja a mesma fada
que o encantou, do mesmo tanto e jeito.