SOMOS ANJOS FERIDOS

Somos anjos de asa caída

Podemos voar sempre

Mas às vezes perdemos o dom de voar

O amor foi-se embora, deixou-me sem asas

Já não podemos voar juntos, ficou muita dor

Na ferida da asa perdida do anjo

Fiz um pacto com a Lua

Engravido-me com as palavras

Onde formadas, redondas, uterinas

Saem os poemas para a minha salvação

Onde guardo de noite, o odor da terra molhada

Perdida como eu estava, sem saber o que iluminar

A lua apareceu na madrugada

Veio fazer-me companhia na minha jornada

O silêncio perdido de nós os dois

Amanhece na minha janela

Onde outrora sonhei com quimeras, sopros antigos

Motivos de nostalgia, entre becos sem saídas

Espantando a dor dessa ferida onde tu és a poesia

Somos anjos de asas caídas

Onde podemos voar, voar sempre.

Isabel Morais Ribeiro Fonseca
Enviado por Isabel Morais Ribeiro Fonseca em 14/03/2021
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