Saudade
Desprendem-se da tela do tempo' melodias
Procurando frestas no véu da memória vã
Invadindo-nós' alcovas' feito chuva temporã
Trazendo lembranças risonhas' bailarinas
Folhas' vento e poeira' rodamoendo nos ventres
Saudade' moça flerteira
Doce e cruel companheira' feitiço da cantiga
Dizendo: é bobeira
É bobeira reviver saudade antiga
Saudade não se mata' assim como se fora coisa ruim
Saudade boa' é aguardente' curtida
Se morre' volta ainda mais cortante' doída
Verdade' minha amiga' é que saudade
Saudade não tem fim