SAUDADES
No silêncio do meu quarto,
contemplando o teu retrato
revivi intensas saudades.
Tantos dias e noites de espera . . .
Vi o nascer do dia,
o despertar dos transeuntes.
O canto das cotovias
no despertar do alvorecer.
E tantas vezes me vi chegar a janela
contemplar estrelas, vislumbrar a lua,
tendo por companheira a sombra da noite,
o silêncio das ruas . . .
Não sabes o quanto esperei que a porta se abrisse
lerdos minutos do dia,
longas horas noturnas,
minhas longas horas vazias,
Ah! Não sabes o quanto seria feliz
ao contemplar tua volta!
O calor do beijo guardado
com gosto de desejo,
ah! não o sabes,
o quanto de carinho queria te dar.