Pardais

O impetuoso sossego desassossegado no casebre

Remete as mãos trêmulas do cansaço tão mal cansado

As vistas gastas de um histórico tão fragmentado de lembranças

Mãos que pouco se move, num movimento contra correnteza.

A sede por bebidas que nem existem mais, mas sei lá onde existiam...

Nem o mercadinho de Dr. Lund...

A padaria da Dona Maria... Saudades da Dona Maria!

Tantos que já se foram, pequena, tantos...

Que nem sei onde, onde acabam indo...

Só sei que já se foram, e que minha vida, dolorosa vida

Traz tanta coisa, que nem sei que coisa é!

Sabe, quando acaba o amor, do prazer pouco resta

E tudo àquilo que se considera novo, quebrará

Como um ovo, quando nasce o prezado filhote

Minha vida, tão minha...

Que tantos controlaram

Inclusive, a estes vários

Vários no âmago que não possui olhos

Não possui aparência, apesar de transformar a mesma

Apesar de tudo, apesar de tantos...! Ah, desculpe-me, pequena, desculpe-me!

A minha perspectiva de tempo é tão vagarosa

Sinto derretido como a Persistência da Memória de Dalí

Come doces, pequena, reflita sobre pardais e não porque voam!

Pois da vida, só pensam em asas, não em suas penas!

Otávio M Alves
Enviado por Otávio M Alves em 12/02/2021
Reeditado em 12/02/2021
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