Pardais
O impetuoso sossego desassossegado no casebre
Remete as mãos trêmulas do cansaço tão mal cansado
As vistas gastas de um histórico tão fragmentado de lembranças
Mãos que pouco se move, num movimento contra correnteza.
A sede por bebidas que nem existem mais, mas sei lá onde existiam...
Nem o mercadinho de Dr. Lund...
A padaria da Dona Maria... Saudades da Dona Maria!
Tantos que já se foram, pequena, tantos...
Que nem sei onde, onde acabam indo...
Só sei que já se foram, e que minha vida, dolorosa vida
Traz tanta coisa, que nem sei que coisa é!
Sabe, quando acaba o amor, do prazer pouco resta
E tudo àquilo que se considera novo, quebrará
Como um ovo, quando nasce o prezado filhote
Minha vida, tão minha...
Que tantos controlaram
Inclusive, a estes vários
Vários no âmago que não possui olhos
Não possui aparência, apesar de transformar a mesma
Apesar de tudo, apesar de tantos...! Ah, desculpe-me, pequena, desculpe-me!
A minha perspectiva de tempo é tão vagarosa
Sinto derretido como a Persistência da Memória de Dalí
Come doces, pequena, reflita sobre pardais e não porque voam!
Pois da vida, só pensam em asas, não em suas penas!